Antiga reivindicação do setor de cinema e criado em 2001, o Prêmio Cinemateca Catarinense/FCC passou a ser denominado Edital Catarinense de Cinema na versão de 2009. Embora tenha sido criado em forma de lei, para realização anual, não foi lançado em 2003, 2004 e 2006. O Prêmio sempre teve problemas de atrasos no repasse de parcelas, mas a partir de 2007 ganhou regularidade.
Segundo levantamento feito pelo Cine Luz, o edital de 2001 está absolutamente concluído, com todos os filmes lançados e prestação de contas em dia. O problema é nas edições de 2002 e 2005. O longa Antropóloga, de Zeca Pires, não foi finalizado. O diretor argumenta que houve atraso no pagamento e que ocorreram gastos com a produção, que teve que ser refeita. Há um impasse e depois de sete anos, o longa continua inconcluso. Há também da edição de 2002 mais dois projetos emperrados.
Na edição de 2005 a situação é mais grave. Dos 19 projetos, oito ainda não foram concluídos. Mas há o caso do documentário Maciço, de Pedro MC, que teve lançamento, circulou em mais de 10 pontos de exibição, mas não foi feita a prestação de contas com a FCC. Do mesmo ano, há um caso oposto ao de Pedro. Anita Dutra, vencedora do prêmio para curta-metragem com O Pequeno Príncipe do Campeche, não iniciou o filme. A diretora diz que vai devolver o dinheiro recebido.
O alentador neste histórico é que os projetos contemplados nas edições de 2007 e 2008 estão numa linha de produção adiantada, com boa parte dos filmes em fase de finalização. Da edição de 2007, há títulos já lançados, como é o caso do documentário Sem Palavras, de Kátia Klock, do curta Se Eu Morresse Amanhã, de Ricardo Weschenfelder, e dos vídeos Ângelo - O Coveiro, de Renato Turnes e a A Luz de Schwanke, de Maurício Venturi.
Metade dos projetos de desenvolvimento de roteiro da edição de 2007 já foi entregue, assim como o curta Blackouts (A Comédia do Sinistro), de Marco Stroisch, que já está pronto. Falta somente planejar o lançamento. Do mesmo ano, o longa vencedor, Muamba (Querido Pai), de Chico Faganello está em finalização.
EDITAL CATARINENSE DE CINEMA
Listagem dos projetos não concluídos
2001 OK
2002
Longa
A Antropóloga, de Zeca Pires (R$ 900 mil)
Curta
Vinte Mil Léguas até Desterro, de Walter Plitt Quintin (R$ 90 mil)
Projeto de Pesquisa Curta
Noturno, de Tatiana Lee (R$ 10 mil)
2003 Edital não realizado
2004 Edital não realizado
2005
Documentário
Maestro Heinz Geyer, de Andréas Peter (R$ 60 mil)
Maciço, de Pedro MC (R$ 60 mil)
Curta-metragem
O Pequeno Príncipe do Campeche, de Anita Dutra (R$ 80 mil)
A Galinha da Vizinha, de Beatriz Peixoto (R$ 80 mil)
Fritz, de José Alfredo Abraão (R$ 80 mil)
Vídeo
Kola Marte Apresenta, de Cristiane Mateus (R$ 30 mil)
Pergunte a John Cage, de Maurício Muniz (R$ 30 mil)
Alquimia, Tinta e Poesia, de Rafael Garcia Motta (R$ 30 mil)
2006 Edital não realizado
2007 Filmes em produção
2008 Filmes em produção
A foto acima, que ilustra o post, é de Marcio H Martins e retrata uma sessão de cinema no Museu da Imagem e do Som.
Antropóloga, de Zeca Pires (R$ 900 mil)
ResponderExcluirEsse valor ta correto?
Sim, tá correto, Maika.
ResponderExcluirAmigo, mais notícias: o dinheiro da 1ª parcela de O Pequeno Príncipe do Campeche, depositado no BESC, nunca foi movimentado e está sendo devolvido ao Governo conforme prevê o Edital. Durante todo o tempo que passou desde a premiação, estivemos buscando maneiras de viabilizá-lo mas, resumindo, decidimos que é mais justo e bonito dar chance a outro concorrente, que por pouco não foi contemplado no Edital, do que fazer um filme aquém do imaginado e sob pena de perder o ganha-pão da família. Eu explico: a devolução só está acontecendo porque, exatamente na mesma semana que em que meu curta foi premiado, também recebi a tão esperada convocação para trabalhar em entidade pública federal ligada ao mercado cinematográfico, fruto de concurso público cuja prova havia feito meses antes e que, inclusive, me fez mudar para o RJ. Para muita gente, tal trabalho é, por motivos éticos e jurídicos, incompatível com a atividade de produção. Não concordo com isso e tenho tentado defender todo mundo que quer conciliar as duas atividades. Essa polêmica é relevante, mas acho que não cabe aqui. Enfim, por hora, após muita discussão e reflexão, achamos mesmo mais prudente passar a bola. Com pesar pela missão (temporariamente!) abortada, mas agora com a tranqüilidade que há tempos já não tinha, desejo, de coração, muito sucesso a quem nos “suceder”.
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