segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Aruanda é exibido no CurtaDoc

Aruanda, um documentário de 20 minutos realizado em 1960 é considerado uma baliza premonitória do Cinema Novo. Sempre ouvi falar do filme, que possui uma aura mitológica, mas não havia assistido. A referência que me vinha era a comparação que Gláuber Rocha fazia da obra de Linduarte Noronha, o diretor de Aruanda, com o cinema de Rossellini na aurora do neorealismo italiano.
Esta semana assisti Aruanda e percebi porque o filme chamou a atenção dos participantes da 1ª Convenção Nacional da Crítica Cinematográfica, realizada na capital paulista no raiar dos anos 60. Depois de 50 anos, o filme continua com a mesma potência. É de se imaginar o que causou no lançamento, com enquadramentos absolutamente fora das convenções de época, e retratando a seca como protaganista.
O roteiro de Aruanda é de Linduarte, Vladimir Carvalho e João Ramiro Mello. Repórter e crítico de cinema antes de se aventurar como diretor, Linduarte adaptou um texto jornalístico próprio para o seu documentário de estreia. O filme trata da fundação de um quilombo de escravos na Serra do Talhado, na Paraíba, e revisita a região quase um século depois, acompanhando uma família que subsiste de algodão, plantado pelos homens, e da cerâmica, moldada pelas mulheres.
Aruanda está em cartaz no programa CurtaDoc, no TVSESC, e tem produção da Contraponto.

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