De tão enfadonhos, há filmes que nem ao menos merecem um exame crítico. Brasil Animado, de Mariana Caltabiano, é um deles. O motivo de refletir sobre a produção tem uma justificativa: é o primeiro longa brasileiro em 3D. Infelizmente o pioneirismo tecnológico não serviu para muita coisa.
Brasil Animado combina imagens reais e animação, mas a produção não explora com eficiência e criatividade nem uma nem outra. Não há uma conexão harmoniosa entre o desenho e as imagens reais em 3D que surgem no fundo da tela
A narrativa é linear e um dos grandes equívocos é o roteiro, uma espécie de guia turístico do Brasil, que tenta mostrar todas as regiões. As informações são superficiais e caricatas, como o aparecimento do tenista Guga Kurten nas imagens de Florianópolis.
A diretora, que também tem formação publicitária, parece estar com a cabeça engessada pela idéia de vender.
Os personagens principais são dois cachorros falastrões, Stress e Relax, que tentam ser cômicos, mas o resultado é constangedor. O que surpreende é que o Festival Anima Mundi tem demonstrado a criatividade de jovens animadores brasileiros, mas o filme está na contramão desta tendência.
Mariana é escritora de livros infantil e dona de um estúdio e talvez deva buscar novas inspirações ou parcerias para sua futuras produções. Até porque o desfecho de Brasil Animado deixa no ar a ideia de que a intenção é seguir com a viagem de Stress e Relax por outros países.
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