quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Eric Rohmer lota o Museu Victor Meirelles

Na semana passada, o Museu Victor Meirelles exibiu um ciclo de cinema com Os Contos das Quatro Estações, filmados nos anos de 1990 por Eric Rohmer, falecido no início deste ano. Durante quatro dias, mesmo em fevereiro, em clima de pré-carnaval, a sala lotou. A procura foi surpreendente para um diretor pouco badalado como Rohmer, sempre ofuscado pelos seus contemporâneos Truffaut e Godard.
Gilberto Gerlach, diretor do Cineclube Nossa Senhora do Desterro, que falou na abertura do ciclo, enfatizou a erudição filosófica e os diálogos inteligentes na obra de Rohmer, que vai muito além da diversão. Seus filmes são intensamente falados, o que poderia ser um aspecto negativo já que cinema é essencialmente imagem, mas este conceito não se aplica ao diretor.
Na obra do cineasta francês, e isso já foi dito repetidas vezes, a ação ocorre lentamente, os diálogos quase sempre são simples, e os atores parecem que improvisam serenamente, como se não estivessem sendo dirigidos. Rohmer é provocador e foi absolutamente livre na construção de seu cinema. Já foi adjetivado de chato, entediante e prentensioso. Talvez porque para contemplar sua obra seja necessário desobstruir nosso olhar da narrativa cinematográfica habitual.

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