É bom ver o Julio Andrade no Mercado Público de Florianópolis. O ator, atuante no cinema gaúcho, trabalhou no belo Cão sem Dono, do paulista Beto Brant, e é o protagonista de Hotel Atlântico, novo filme de Suzana Amaral, rodado parcialmente na capital de Santa Catarina e com produção local de Guto Lima.
Suzana fez uma das melhores adaptações literárias para o cinema brasileiro com o premiado A Hora da Estrela, baseado na novela de Clarice Lispector. Hotel Atlântico é uma versão do romance de João Gilberto Noll, conterrâneo de Júlio. O filme tem ainda no elenco, Mariana Ximenes, João Miguel e Gero Camilo e está com lançamento nacional previsto para 13 de novembro.
O longa foi selecionado para três festival importantes. Todos para este mês. Festival de Toronto, no Canadá, na mostra principal, junto com filmes de Lars Von Tries, Manoel de Oliveira, Alain Resnais, e para o Festival do Rio e Mostra de SP. Provavelmente vai para o Festival de Havana, em dezembro.
Suzana, diretora do também premiado Uma Vida em Segredo, esteve durante as filmagens em Florianópolis em agosto de 2007. Entrevistei na época a cineasta para o jornal A Notícia. Hotel Atlântico narra a história de Alberto, um ator desempregado que, em determinado dia, toma um táxi, solicita ao motorista que o leve a rodoviária e escolhe aleatoriamente o destino: Florianópolis.
A diretora diz que seus dois primeiros longas foram intimistas, emocionais e clássicos, e que agora busca uma realidade diferente, com ações e personagens imprevisíveis e surpreendentes. Outra diferença é a mudança de foco do gênero feminino para o masculino.
Em Hotel Atlântico, os fatos se sucedem fragmentados, culminando num final inusitado, uma obra aberta, define Suzana, que elabora neste filme personagens fortes que dialogam com Paris Texas, de Wim Wenders, Blue Velvet, de David Lynch, e Pulp Fiction, de Quentin Tarantino.
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